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Mons. João Benvegnú - Servo de Deus

            João é o oitavo filho dos imigrantes italianos Fedele Benvegnú e Maria Moretti, oriundos de Taibon Agordino – Província de Belluno – Itália. Nasceu em 12 de agosto de 1907, às margens do rio Taquari, no Distrito de Muçum, pertencente naquela época a Guaporé/RS, hoje município de São Valentim do Sul/RS. Foi batizado em 07 de outubro de 1907 pelo Pe. Henrique Preti. Aos 7 anos de idade recebeu o Sacramento do Crisma pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom João Becker e no dia 22 de abril de 1919, na Igreja Matriz de Santa Tereza, realizou a Primeira Eucaristia. 

           Em 1921, aos 14 anos de idade, entrou para o Seminário dos Padres Passionistas, em Pinto Bandeira, município de Bento Gonçalves/RS. Em 1922 foi para o Seminário Menor de São Leopoldo/RS. Em 1927 iniciou o curso de Filosofia e em 1934 concluiu o curso de Teologia. Recebeu o Diaconato no dia 02 de abril de 1934, na Cripta da Catedral de Porto Alegre por Dom João Becker, tendo por lema: “Chi mi há creato mi a dato il potere di crearlo”. No dia 16 de setembro de 1934 recebeu o Sacramento da Ordem. Costumava dizer: “O dia mais belo da minha vida foi o dia da minha ordenação sacerdotal”. No dia 20 de setembro do mesmo ano celebrou sua primeira Missa na Igreja Matriz de Santa Tereza.

            Iniciou seu ministério atendendo no Convento de Nossa Senhora do Carmo e, simultaneamente, trabalhava no centro da Boa Imprensa. Em princípios de novembro de 1934, tomou posse como vigário cooperador na Paróquia de Osório, permanecendo até setembro de 1935. No dia 20 de outubro de 1935 assumiu a Paróquia de São Domingos pertencente a Arquidiocese de Porto Alegre, como pároco, permanecendo até sua morte em 03 de janeiro de 1986.               

           Durante sua vida sacerdotal foi distinguido com a honra de Cônego Honorário do Cabido Metropolitano de Porto Alegre, concedido em 29 de junho de 1956, por Dom Vicente Scherer. No dia 15 de agosto de 1959, a Paróquia de São Domingos passa a pertencer a Diocese de Passo Fundo e Dom Cláudio Coling concede o mesmo título. Em 16 de setembro de 1984, o Santo Padre o Papa lhe conferiu o título de Monsenhor.

         Mons. João Benvegnú sempre foi contemplativo, ativo, atento e comprometido com as necessidades e sofrimentos do seu povo. Trabalhou muito pelo desenvolvimento integral dos fiéis. A experiência pessoal com Deus lhe dava sentido, sustentação, paz de espírito, segurança e o tornava exemplo. Na linguagem simples e sábia do povo um “santo”, um “homem de Deus”. Homem extremamente humano, bondoso, compreensivo, acolhedor, caridoso e atencioso com todos.

               Opções Pastorais:

  • A Eucaristia foi o centro de sua vida. Preparava-se para a Santa Missa com cuidado. Vendo-o celebrar, via-se nele um sacerdote convicto do ato sagrado que exercia.

  • À semelhança de Cura d`Ars, permanecia horas e horas no confessionário. Fazia-o com alegria e total disponibilidade. Confessava-se, sempre que possível, vendo no Sacramento um encontro com o Senhor

  • Incentivava muito a devoção e o amor à Virgem Maria: busca de suas virtudes, prática do Rosário em família e acolhida da capelinha doméstica de Nossa Senhora.

  • Exerceu o ministério de catequista por longo tempo e preparou catequistas. Empenhou-se muito na educação da fé do seu povo.

  • Periodicamente convidava os Padres Missionários a pregarem Missões na Paróquia.

  • Incentivou os jovens ao estudo.

  • Com frequência, promovia e organizava retiros com jovens e com casais.

  • Um dos títulos mais merecidos por Mons. João é o de apóstolo das vocações sacerdotais e religiosas. Dedicou sua vida a serviço das vocações, sem descuidar da formação cristã dos leigos. Costumava dizer que a maior riqueza de uma família é poder entregar a Deus um (a) filho (a) para a vida sacerdotal ou religiosa. 

  • A visita aos doentes era para ele uma opção preferencial. Visitava-os e confortava-os com suas palavras, ungindo-os com os santos óleos e levando o Cristo Eucarístico.

  • Incentivou a Boa Imprensa, particularmente o Correio Rio-grandense e o Livro da Família.

  • Visitava as famílias todos os anos dando a bênção às casas e às propriedades.

  • Era membro da Ordem Franciscana Secular, Apostolado da Oração e das Filhas de Maria.

  • O tema predileto de suas pregações era o de viver em graça, evitando assim o pecado.

             Pensamentos do Mons. João:

  • “O sorriso não custa nada e faz um grande bem”.

  • “Não trocaria um minuto da minha vida sacerdotal por todos os prazeres desta terra”.

  • “O diálogo abre o caminho para a solução de muitos problemas”.

  • “O entusiasmo é o segredo do êxito”.

  • “O perdão dá alegria ao que perdoa e ao que é perdoado”.

  • “Eu quero que vocês pratiquem o bem”.

  • “Quem dá importância a todas as pessoas e procura causar-lhes alegria, revela muita fé e sabedoria”.

            Obras em favor da comunidade:

        Ao lado do intenso trabalho pastoral, na busca do bem estar espiritual dos paroquianos, o Mons. João olhou com atenção para as necessidades do povo. São muitas as obras que tem a marca de sua presença e de seu apoio. Destacam-se entre elas:

  • Usina: Instalada no Rio São Domingos fornecia energia às casas da Vila e movia o moinho até a chegada da energia da CEE. Em homenagem ao Mons. João o povo a chamava de “Usina de Dom Joanni”.

  • Estradas: incentivou os colonos a abrirem vias de acesso a Vila, ao comércio e a Igreja. Essas estradas mais tarde favoreceram o aparecimento das capelas e comunidades.

  • Moinho Colonial: construído para facilitar as famílias a farinha de trigo e de milho. O pequeno lucro proveniente do moinho era aplicado pelo Cônego para ajudar os seminaristas.

  • Soja: um dos pioneiros a trazer o feijão soja ao Rio Grande do Sul. Ele mesmo aprendeu a fazer o leite, a carne e a manteiga de soja. O plantio passou a ser uma alternativa na agricultura e fonte de economia.

  • Educação: tinha carinho especial pela educação. No ano de 1969, tendo influência no governo do estado trouxe o Ginásio Estadual. Fato relevante, pois foi o primeiro ginásio instalado em um distrito no estado do Rio Grande do Sul.

  • Hospital Paroquial: com a ajuda dos paroquianos construiu um hospital. A parte da enfermagem e da administração foi confiada as religiosas carlistas.

  • Fábrica de Bolas: no salão paroquial foi instalada uma fábrica de bolas. Tal obra beneficiou as famílias e, principalmente, os jovens que trabalhavam durante o dia e estudavam a noite.

  • Ele lutou avidamente pela emancipação político/administrativa do distrito de São Domingos do Sul. O que ocorre um ano após sua morte.

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